terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O Eclípse



Extravasam tuas palavras em enxurros
Dos olhos ao mar, as letras emaranhadas
Do líquido ao vapor, em números transformadas
Talvez complexos, ou incógnitos de tão lógico, certo,
Já que o barulho se espargindo em sussurros
É apenas o silêncio almejando ser liberto.

Digo pois: eu quem peço liberdade, caro amada,
Desde quando a lua anoiteceu a minha vida.
Não me deixes ir e rogar por nossa despedida
Em busca do sol escondido neste eclipse
Então venha, por favor. Senta-te ao meu lado.
Apaga esta distância constante : a elipse.

Disfarça a todos, não a mim, o teu tormento
Porque do aflito que aflige a minha graça
Distribuí o riso para aquele que passa
E ingeri o pranto para dentro de minha alma
Alvo das tuas frases mudas que alimento
E da recordação que me flecha, mas me acalma.

Ah! Deixa te conduzir o amor verdadeiro!
Amar não requer razões , nem teoremas,
Pois o sentimento espelhado em meus poemas
Reflete mesmo com a tua atenção teimosa em ausentar
Se insistes em ser como a lua, longe do terreiro,
Sê como aquela, profunda, que mergulha na água do mar. :D

Um comentário:

  1. Nossa, que lindo! arrasou! Adorei o poema! As palavras são bem equilibradas com as outras. Parabéns :D

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